Você provavelmente teria evitado muitos problemas se ideias geniais
tivessem surgido na hora certa (e não dias depois de você ter optado por
uma solução não tão fantástica). Felizmente, a ciência pode lhe ajudar a aumentar sua cota de ideias – e, quem sabe, evitar algumas dores de cabeça daqui para frente.
Em primeiro lugar, é importante dizer que aquela história de que “o
hemisfério esquerdo do cérebro é mais analítico e o direito, mais
criativo” não é bem verdade: as três principais áreas responsáveis pela
criatividade se encontram nos dois hemisférios.
Na década de 1960, cientistas analisaram pacientes que tiveram a
ligação entre os hemisférios cerebrais (chamada “corpo caloso”) cortada e
viram como cada um funcionava isoladamente. Sem comunicação direta,
eles passavam a impressão de que as tarefas de análise e criatividade
estavam separadas, dando origem ao mito que persiste desde então.
A trindade das ideias
As três principais áreas responsáveis pelo pensamento criativo são a
“rede de atenção”, a “rede de imaginação” e a “rede de atenção
flexível”. Trabalhando em conjunto, elas nos ajudam a coletar
informações, encontrar vínculos e analisar o resultado final.
A primeira delas está por trás da nossa capacidade de focar em uma
atividade ou elemento (seja ele um problema ou um discurso, por
exemplo); a segunda cuida da nossa capacidade de imaginar situações
futuras, recordar coisas que já ocorreram e construir outros tipos de
imagens mentais; e a terceira, está ligada a nossa capacidade de
monitorar o ambiente ao nosso redor (e em nossa mente) e de decidir qual
das outras duas áreas deve permanecer mais ativa em cada situação.
Fábrica de ideias
James Webb Young, autor do livro A Technique for Producing Ideas
(“Uma Técnica para Produzir Ideias”), ressalta que o entendimento sobre o
processo de geração de ideias “exige um árduo trabalho intelectual, por
isso nem todos que o aceitam o utilizam”.
Ele resume esse processo (fácil de explicar, mas difícil de absorver)
em dois componentes centrais: as ideias (que seriam, nada mais, nada
menos, que novas combinações de antigos elementos), e a capacidade de
enxergar relações nem sempre claras entre elementos.
Para facilitar as coisas, o primeiro passo é criar um inventário
mental com diversos elementos (palavras, sons, cores, expressões
faciais, texturas, sabores etc).
O segundo é tomar consciência dos problemas que precisamos resolver
para, em seguida, parar de pensar neles – algo que parece contraditório à
primeira vista, mas que permite que o subconsciente encontre ou
estabeleça conexões entre os elementos.
Se você puder relaxar enquanto isso, melhor ainda, pois as chances de
sua mente trabalhar de forma criativa serão maiores. Isso exige uma boa
dose de confiança e treinamento.
Por fim, é chegada a hora de analisar as ideias resultantes. “Não
cometa o erro de proteger demais sua[s] ideia[s] nessa fase”, aconselha
Young. “Submeta-a[s] a uma crítica sábia”.
Assim, você não apenas consegue deixar de lado ideias que não são
proveitosas, mas também pode descobrir ainda mais conexões e, quem sabe,
“polir” ideias que não eram aproveitáveis no início.
Como todo treinamento, os desafios devem lhe ajudar a se fortalecer, e a cada superação a criatividade estará mais forte e mais propensa a se manifestar em boa hora.
Em tempo: não tenha medo das ideias “ruins”, pois elas são indício de
que sua mente está trabalhando, e no meio delas (quase) sempre há
alguma que merece ser colocada em prática.
Fonte: Hypescience.com
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