9 de novembro de 2009

Meu braço direito e sua teimosia em se deslocar

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Outro dia eu estava visitando uns amigos em sua casa nova. A casa é uma maravilha, parece um sonho se for comparar a um ano atrás. Um deles me respondeu que nem tinha como comparar e concordo em gênero, número e grau. Mas certas coisas não têm como esquecer, pois de repente me deu uma vontade de entrar na piscina e relembrar nem que fosse por alguns minutos a época em que eu conhecia cada pedaço do Rio Cuiabá, pelo menos no pedaço que banhava o bairro Ponte Nova em Várzea Grande.

Pena que poucos minutos depois enquanto eu mergulhava e me exibia dentro da piscina meu braço direito desloca e a brincadeira acaba tão subitamente quanto começou. A dor era tanta e eu não entendia o motivo de o braço não voltar ao lugar, sendo que toda vez que isso acontecia em menos de cinco minutos tudo estava normal, ou quase (ainda doía um pouquinho por alguns minutos mas nada grave). Tiveram de me levar ao Pronto Atendimento. Eu, que quase nunca ficava doente, ser levado às pressas a um lugar desses não uma coisa muito agradável.

Um dia, lá no bairro Ponte Nova, em Várzea Grande, no topo de uma árvore – moleque adora uma “arte” – escorreguei e caí, mas segurei no galho de baixo com a mão direita. Meu braço nunca tinha doido tanto. Depois deste episódio, em tempos esporádicos ao movimentar o braço direito eu sentia uma dor parecida com a daquele dia que com o passar dos anos foi aumentando a dor e diminuindo o período em que tal fato ocorria.

Quando deslocou pela primeira vez não foi difícil colocar no lugar. Hoje recorro a piadas feitas para mim mesmo, para não chorar, quem manda a gente envelhecer, não é mesmo? Ainda mais quando o médico diz que só uma cirurgia pode fazer este problema desaparecer – ô tristeza –, mas seria tão bom eu poder jogar taco outra vez. É um pouco triste saber que envelhecemos, mas é a vida, fazer o quê?

Gostaria de fazer como meus amigos em sua casa nova, esquecer o passado, mas como?, se cada vez que movimento meu braço direito de forma brusca, relembro aquela queda que me acompanhará o resto de minha vida.

Mas não me importo com isso, o que quero agora e visitar outra vez meus amigos e dessa vez não sair da piscina até esquecer ou fazer piada daquele dia, é claro tomando cuidado para não acontecer outra vez e pensando apenas no que importa com tudo isso: rir, nem que seja de nossa própria desgraça.

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