Viver (ou morrer) à deriva

Viver é muito difícil,
E morrer não é tão fácil.
E agora o que eu faço?
Estou numa via sem saída.

Vou tirar férias da vida,
E me esconder numa cavidade à deriva.
E agora como eu faço?
Estou abundante de fadiga.

Vi um menino nascer,
E um velho estou vendo morrer.
E agora, penso ou faço?
Estou confuso, dúvida.

Preciso me despir deste sentimentalismo que aflora meu fígado.
Preciso emergencialmente me irracionalizar outra vez.

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Texto instrucional

Eu, pessoa acessível, pós-moderna.

Como conseguir um elogio:

1º Derrube (se existir) o muro;

2º Fale comigo por pensamento;

3º Faça-me sorrir sem intenção.

Agora é esperar.

O elogio virá na mesma velocidade que a luz demora ao partir da Estrela até o Corpo Sideral que aguarda o ingrediente primordial para a vida.

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O Monstro e o Caminho

Por que este monstro me persegue
e não me deixa fazer esta viagem de forma mais amena
e sem sofrimento?


Gostaria que esta Dor que envolve minha vida
desaparecesse
e me deixasse seguir o caminho
aproveitando a paisagem verde e brilhante
que segue nos dois lados desta estrada.


Seria melhor
se eu não tivesse vencido aquela primeira corrida
em que fui o único vencedor,
cujo prêmio foi poder entrar nesta via.


Se eu soubesse que seria uma via tão sofrível,
teria deixado outro em meu lugar.


Talvez para ele
o caminho seria outro.
Ou não.

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Pós vida

Já não vive mais ele, suicida intransigente de outrora de irrefutável ignorância de si mesmo e o pior, do mundo que o cerca e jamais parará.

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Presente do Subjuntivo

Não que...
... eu queira que venha.
... eu queira que vá.
... eu queira que volte.
... eu queira lhe acomodar.
... eu queira lhe arrancar.
... eu queira lhe apaziguar.
... eu queira obedecer.
... eu queira ordenar.
... eu queira obstar.
Não, não que eu queira amar.
NÃO, não que eu queira desamar.
NÃO, NÃO, não que eu queira reamar.
Quero apenas o devir do Amor.

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