12 de dezembro de 2013

Como ter grandes ideias com mais frequência

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Você provavelmente teria evitado muitos problemas se ideias geniais tivessem surgido na hora certa (e não dias depois de você ter optado por uma solução não tão fantástica). Felizmente, a ciência pode lhe ajudar a aumentar sua cota de ideias – e, quem sabe, evitar algumas dores de cabeça daqui para frente.
Em primeiro lugar, é importante dizer que aquela história de que “o hemisfério esquerdo do cérebro é mais analítico e o direito, mais criativo” não é bem verdade: as três principais áreas responsáveis pela criatividade se encontram nos dois hemisférios.


Na década de 1960, cientistas analisaram pacientes que tiveram a ligação entre os hemisférios cerebrais (chamada “corpo caloso”) cortada e viram como cada um funcionava isoladamente. Sem comunicação direta, eles passavam a impressão de que as tarefas de análise e criatividade estavam separadas, dando origem ao mito que persiste desde então.

A trindade das ideias

As três principais áreas responsáveis pelo pensamento criativo são a “rede de atenção”, a “rede de imaginação” e a “rede de atenção flexível”. Trabalhando em conjunto, elas nos ajudam a coletar informações, encontrar vínculos e analisar o resultado final.
A primeira delas está por trás da nossa capacidade de focar em uma atividade ou elemento (seja ele um problema ou um discurso, por exemplo); a segunda cuida da nossa capacidade de imaginar situações futuras, recordar coisas que já ocorreram e construir outros tipos de imagens mentais; e a terceira, está ligada a nossa capacidade de monitorar o ambiente ao nosso redor (e em nossa mente) e de decidir qual das outras duas áreas deve permanecer mais ativa em cada situação.

Fábrica de ideias

James Webb Young, autor do livro A Technique for Producing Ideas (“Uma Técnica para Produzir Ideias”), ressalta que o entendimento sobre o processo de geração de ideias “exige um árduo trabalho intelectual, por isso nem todos que o aceitam o utilizam”.
Ele resume esse processo (fácil de explicar, mas difícil de absorver) em dois componentes centrais: as ideias (que seriam, nada mais, nada menos, que novas combinações de antigos elementos), e a capacidade de enxergar relações nem sempre claras entre elementos.
Para facilitar as coisas, o primeiro passo é criar um inventário mental com diversos elementos (palavras, sons, cores, expressões faciais, texturas, sabores etc).

O segundo é tomar consciência dos problemas que precisamos resolver para, em seguida, parar de pensar neles – algo que parece contraditório à primeira vista, mas que permite que o subconsciente encontre ou estabeleça conexões entre os elementos.
Se você puder relaxar enquanto isso, melhor ainda, pois as chances de sua mente trabalhar de forma criativa serão maiores. Isso exige uma boa dose de confiança e treinamento.
Por fim, é chegada a hora de analisar as ideias resultantes. “Não cometa o erro de proteger demais sua[s] ideia[s] nessa fase”, aconselha Young. “Submeta-a[s] a uma crítica sábia”.
Assim, você não apenas consegue deixar de lado ideias que não são proveitosas, mas também pode descobrir ainda mais conexões e, quem sabe, “polir” ideias que não eram aproveitáveis no início.
Como todo treinamento, os desafios devem lhe ajudar a se fortalecer, e a cada superação a criatividade estará mais forte e mais propensa a se manifestar em boa hora.
Em tempo: não tenha medo das ideias “ruins”, pois elas são indício de que sua mente está trabalhando, e no meio delas (quase) sempre há alguma que merece ser colocada em prática.

 Fonte: Hypescience.com

23 de novembro de 2013

Qual são cidades mais antigas do mundo?

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Acredita-se que a cidade mais antiga do mundo que ainda existe seja Jericó, na Palestina (Oriente Médio), perto do Rio Jordão. Fundada há cerca de 8.000 anos, tinha entre 2.000 e 6.000 habitantes na Antiguidade. Hoje, possui mais de 20 mil. Elas resistiram ao tempo, às guerras e às invasões – e estão mais inteiras que muita capital por aí. Conheça os municípios habitados mais velhos de que se tem notícia.

Queda de Jericó

CARACTERÍSTICAS - No passado, as primeiras cidades eram cercadas por muralhas de rochas ou madeira, que protegiam a população dos invasores. Existia um líder, tipo de rei ou juiz, e uma construção principal que abrigava o governo. Em geral, contavam com um ou vários templos religiosos, praças e mercados. Ao redor dos muros, tinha área para agricultura e pecuária. Costumavam buscar água no rio mais próximo. Com o passar dos séculos, as cidades evoluíram muito. Hoje, grande parte possui tecnologia moderna, água encanada e eletricidade.

10. BEIRUTE (Líbano) - A terra tremeu
Primeiras ocupações: 3000 a.C.
Sofreu terremotos no século 6 e caiu no poder dos árabes no século seguinte. Durante as Cruzadas, foi disputada por cristãos e muçulmanos e, depois de um período de domínio turco e egípcio, absorvida pelo Império Otomano. Tornou-se capital do Líbano em 1946 e foi considerada, por algumas décadas, a “Paris do Oriente” pelo seu desenvolvimento urbano e cultural. Mas isso só até a Guerra Civil do país, em 1975.
9. ARGOS (Grécia) - Isto (não) é Esparta
Primeiras ocupações: Entre 3200 e 3000 a.C.
É o município mais antigo ainda habitado da Grécia e, entre 1600 e 1050 a.C., bombou como um dos maiores centros comerciais. Depois do século 6 a.C., viu seu prestígio diminuir, ofuscada por Esparta. Na época medieval, a cidade foi conquistada pelos cruzados, venezianos e otomanos. Com a Guerra da Independência Grega (1821-1829), retomou seu território.
8. SÍDON (Líbano) -  Vizinha do Exorcismo
Primeiras ocupações: Entre 4000 e 3000 a.C.
É diversas vezes citada no Novo e no Velho Testamento. Segundo o Evangelho de Marcos, Jesus teria expulsado o demônio do corpo de uma mulher perto de Sídon. A cidade também sofreu saques durante as Cruzadas, até que foi destruída pelos sarracenos, em 1249. Pouco tempo depois, em 1260, foi atacada pelos mongóis. As muralhas danificadas ainda podem ser vistas por quem vai até a cidade.
7. PLOVDIV (Bulgária) - Vovó da Europa
Primeiras ocupações: Entre 4000 e 3000 a.C.
Considerada a cidade europeia mais antiga a ser habitada, ela era chamada de Philippopolis, batismo que veio ao ser conquistada por Filipe II da Macedônia, por volta de 341 a.C. Durante a Idade Média, mudou de “dono” diversas vezes. Depois da Segunda Guerra, o comunismo foi instituído no país e a cidade virou foco de grupos democráticos, que derrubaram o regime em 1989.
6. GAZIANTEP (Turquia) - Fortaleza Vencida
Primeiras ocupações: Cerca de 3500 a.C.
Pode ter tido assentamentos ainda em 4000 a.C., segundo escavações recentes. Foi uma importante fortaleza durante a Idade Média, mas sofreu várias invasões. Em 1183, foi dominada pelos turcos e por outros povos, até virar parte do Império Otomano. Depois da Primeira Guerra, os britânicos ficaram por lá até 1919 e os franceses até 1921. Também conhecida como Antep, a região tem uma forte produção de vinho.
5. XIAN (China) - Terra dos guerreiros
Primeiras ocupações: 4000 a.C.
Foi a capital da dinastia Qin (221-206 a.C.), que reunificou o país e lançou as bases do império chinês. Durante essa época, foi construído o famoso Mausoléu do imperador Qinshi Huangdi, que abriga os mundialmente conhecidos guerreiros de terracota. Depois do século 3, a cidade passou por bons momentos econômicos, mas sofreu devastações causadas por guerras e invasões.
4. ALEPPO (Síria) - De mão em mão
Primeiras ocupações: Entre 5000 e 4300 a.C.
Durante sua história, Aleppo sofreu ocupações de diferentes povos: assírios, gregos, persas, hititas, bizantinos, árabes, mongóis e otomanos. Saladino, então sultão do Egito, também conquistou o território, em 1183. Hoje, com a guerra civil na Síria, a cidade tem sido alvo de constantes ataques. A crise se instalou no país em 2011, quando começaram protestos contra o governo do ditador Bashar al-Assad.
3. BIBLOS (Líbano) - Point do papiro
Primeiras ocupações: 5000 a.C.
Ganhou esse nome por causa dos gregos, que compravam ali o papiro egípcio. Aos poucos, o termo “byblos” passou a significar “papiro” e deu origem a palavras como “biblioteca”. Pertenceu primeiro aos fenícios e depois foi conquistada pelos Povos do Mar, dominada pelos árabes e empossada por potências europeias na época das Cruzadas até passar ao Império Turco-Otomano, em 1516.
2. DAMASCO (Síria) - Na rabeira do Eufrates
Primeiras ocupações: Entre 9000 e 6300 a.C.
A segunda cidade mais populosa da Síria tem cerca de 1,4 milhão de habitantes e é a capital do país. Foi a partir de 1900 a.C. que a região começou a ter mais pompa de cidade. A 80 km do mar Mediterrâneo, está próxima do rio Eufrates, o que ajudou a estabelecê-la como uma das principais rotas comerciais entre Oriente e Ocidente. Atualmente, a cidade antiga possui um grande mercado, um bairro muçulmano e outro cristão, além de uma zona judaica.
1. JERICÓ (Palestina) - Museu a céu aberto
Primeiras ocupações: Entre 9600 e 9000 a.C.
É citada dezenas de vezes na Bíblia e descrita como “cidade das palmeiras”. Ao longo de sua história, Jericó foi destruída e abandonada várias vezes, mas acredita-se que seja ocupada continuamente há, pelo menos, 5 mil anos. A datação das primeiras ocupações do território foi feita a partir de descobertas arqueológicas que incluíram uma muralha de 8 m. Hoje com 20 mil habitantes e cara de vilarejo, a cidade tem ruínas espalhadas que contam histórias de vários tempos passados: dá para ver onde esteve uma igreja bizantina do século 4 e até um palácio de um sultão do século 8.

29 de agosto de 2013

Seja um gênio: pense como Leonardo da Vinci

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Por Cesar Grossmann em Hypescience.com/
Leonardo era o protótipo do homem renascentista, brilhando em várias áreas como cientista, matemático, engenheiro, inventor, anatomista, pintor, escultor, arquiteto, botanista, músico e escritor.
Se você quiser ser como um Homem ou Mulher da Renascença, tem muito para aprender com ele. Pise nas pegadas deste famoso polímato seguindo seus passos: curiosità,dimostrazione, sensazione, criptico, arte/scienza, corporalità, e connessione.
Leonardo tinha uma curiosità, uma curiosidade insaciável em relação à vida. Estava sempre querendo aprender mais, continuamente buscando a verdade e a beleza. Saber resolver problemas é saber fazer boas perguntas, e para isto você deve cultivar uma mente aberta para expandir teu universo e sua capacidade de explorar o mesmo.
Você pode afiar sua curiosidade mantendo um diário sempre consigo, e anotando nele todas as suas ideias e pensamentos. Tente escrever frases que comecem com “quero sabe porque/como…”, escolha temas ou assuntos para as observações de cada dia, e faça exercícios de escrita livre, reunindo todos os pensamentos e associações que lhe ocorrerem na hora em que ocorrerem, sem fazer edições.
A dimostrazione é o compromisso de testar o conhecimento através da experiência, persistência e uma disposição para aprender com os erros. Você pode começar questionando suas crenças, e vendo quais você nunca testou – são mesmo verdadeiras? A seguir, tente o teste dos três pontos de vista, criando um argumento contra sua crença e um argumento neutro, analisando-os (de preferência com um amigo que tenha um ponto de vista diferente do seu).
Além disso, analise como as propagandas lhe afetam, examine-as, suas táticas e estratégias. Descubra também “anti-modelos”, pessoas cujos erros você não quer cometer – aprenda como evitá-los.
 
A sensazione é o refinamento contínuo dos sentidos, especialmente da visão. O lema de Leonardo era saper vedere, “saber como ver”.
Você pode desenvolver os sentidos praticando seus registros. Comece escrevendo uma descrição detalhada de uma experiência, como por exemplo, um nascer do sol, em seu diário. Aprenda a descrever um cheiro, a desenhar, escute diferentes sons, dos mais tênues como o ruído da respiração ao mais alto, como o barulho do tráfego.


Leonardo tinha uma disposição para o criptico, para abraçar a ambiguidade, o paradoxo e a incerteza. Ele conseguia controlar um senso de mistério. Você pode começar sendo aberto à ambiguidade, mas fique atento à ignorância: não saber algo não faz com que esta coisa seja ambígua. A ambiguidade surge quando você faz algo cujo significado é indeterminado.
Faça-se também perguntas que relacionem dois opostos. Por exemplo, pergunte-se como seus momentos mais felizes e tristes estão relacionados. E pratique o método socrático. O método de Sócrates visava examinar possibilidades através de questões, mas sem dar as respostas. Para o método funcionar, é preciso humildade – não dá para assumir que você ou alguém saiba tudo. Questione todas as premissas.
A arte/scienza é o desenvolvimento do balanço entre ciência e arte, lógica e imaginação. É pensar com o cérebro todo. Um método para isto é usar mapas mentais, que combinem lógica e imaginação. O resultado do mapa mental é uma teia de palavras e ideias que são relacionadas de alguma forma com a mente do autor.

Leonardo tinha uma habilidade física ou condicionamento, corporalità, incrível, que complementava seu gênio em ciências e artes. Para desenvolver a sua corporalità, adote um programa para condicionamento físico, com exercícios de flexibilidade, força e condicionamento aeróbico.
Desenvolva também a consciência corporal: estude ioga, dança ou algum esporte de contato, qualquer coisa que conecte corpo e mente. E desenvolva a ambidestria: aprenda a fazer tarefas tanto com a mão direita quanto a esquerda. Comece usando a mão não dominante para tarefas simples, como escovar os dentes ou comer o café da manhã. Mais adiante, aprenda a usar a mão não dominante para escrever.


Finalmente, pratique a connessione, “o reconhecimento e apreço pela interconexão de todas as coisas e fenômenos”. Uma das fontes da criatividade de Leonardo era a sua capacidade de formar novos padrões pelas conexões e combinações de diferentes elementos.
Você pode praticar a connessione descobrindo ligações entre coisas que aparentemente não tem relação, como um urso e a internet, ou geologia e a Mona Lisa. Imagine diálogos com alguém exemplar para obter uma nova perspectiva e compreensão. Ou imagine como algum dos seus modelos discutiria um problema seu. Pense sobre a origem das coisas, quais elementos estão envolvidos na criação de um objeto, e como eles estão envolvidos.
Além destas características, leia livros. No tempo de Leonardo, as pessoas não se distraíam com televisão ou internet, elas liam. E, se tiver disposição e vontade, cultive outras características de Leonardo, como o carisma, generosidade, amor à natureza e amor aos animais. 


24 de agosto de 2013

O sapo, o caracol e o guarda chuva

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De vez enquando a gente descobre umas imagens na Internet no mínimo curiosas. Essas abaixo que achei no Hypescience.com são espetaculares. Faz parecer que o mundo dos animais também é racional.

Veja estas do sapo e o guarda chuva



Fotos de sapos com guarda-chuvas improvisados e de lagartos fazendo poses de Kung Fu têm um apelo inegável, mas podem ser fruto de um trabalho pouco honesto de exploração animal: em artigo publicado no site Weibo, traduzido para o inglês pelo fotógrafo Jenn Wei, um analista (cujo nome infelizmente não descobrimos) apontou possíveis indícios de que fotos de “flagras da natureza” que fazem sucesso na internet foram forjadas. O fotógrafo Penkdik Palme diz que este sapo passou meia hora debaixo de uma folha para se abrigar da chuva, rendendo o belo conjunto de imagens acima.

Que tal uma carona com um caracol

 
Em entrevista publicada em junho pelo Daily Mail, o fotógrafo Uda Dennie contou como conseguiu captar a sequência acima: “Foi desafiador, e tive que esperar por um momento único. O mais importante é ter paciência, [pois] às vezes pode levar horas para captar o momento. Eu fiquei realmente surpreso quando vi o bebê sendo carregado pela mãe em sua concha – nunca tinha visto esse tipo de comportamento”.
A primeira coisa que chamou a atenção do analista foi o fato de que os dois caracóis na foto (“mãe e bebê”, segundo o fotógrafo) são de espécies diferentes – ambas terrestres, porém. A segunda é que “o caracol não iria ativamente cruzar um rio; seus tentáculos se retrairiam ao entrar em contato com a água. Assim, ele procuraria uma rota alternativa”, aponta. Tudo leva a crer que não se trata de um rio, mas de uma fina camada de água, fotografada de um ângulo que favoreça o reflexo e dê a impressão de profundidade.

Para que desviar se este caminho é mais rápido e confortável?


De acordo com o fotógrafo Lacy Sebastian, o caracol acima levou oito minutos para passar sobre o sapo preguiçoso.
Mais uma vez, o analista não se convenceu: “Caracóis são lentos, mas não tanto! A julgar pela foto, o caracol estava se movendo o mais rápido que podia e poderia passar sobre o sapo em 15 segundos, talvez até mesmo em 10″. Já o aparente cansaço do sapo pode ser consequência de vários minutos de manipulação por parte do fotógrafo em busca do ângulo certo.

Algumas dessas imagens são fabricadas (sapo com guarda chuva), outras são verdadeiras (as demais), porém ambas são feitas para fazermos uma reflexão de que o mundo é muito maior do que podemos conceber.

[Adaptado de Hypescience.com]

19 de agosto de 2013

Sete vacinas que os adultos precisam tomar

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Sarampo, pneumonia e outras doenças prejudicam a imunidade mesmo na idade adulta
 Por Fernando Menezes em Minhavida.com

Na hora de cuidar da própria saúde, muitos adultos negligenciam as campanhas de vacinação. Em todas as fases de nossa vida, porém, estamos suscetíveis a infecções por vírus e bactérias que, se não tratadas, podem causar muitos problemas.

As doenças crônicas que se manifestam mais na vida adulta são fortes indicadores de que o indivíduo precisa se vacinar. "As pessoas que estão em grupos de risco, como as pessoas com mais de 60 anos ou aquelas que têm doenças crônicas, devem sempre estar informadas sobre a vacinação", diz o infectologista Paulo Olzon, da Unifesp.

Existem vacinas tanto para bactérias como para vírus. "No primeiro caso, a vacinação é feita para controlar surtos epidemiológicos e, para o caso dos vírus, a imunização normalmente dura a vida toda, sendo necessárias apenas algumas doses de reforço para garantir que a doença não vai mais voltar", diz Paulo Olzon. Confira sete tipos que merecem estar na sua carteira de vacinação.

Na hora de cuidar da própria saúde, muitos adultos negligenciam as campanhas de vacinação. Em todas as fases de nossa vida, porém, estamos suscetíveis a infecções por vírus e bactérias que, se não tratadas, podem causar muitos problemas.

As doenças crônicas que se manifestam mais na vida adulta são fortes indicadores de que o individuo precisa se vacinar. "As pessoas que estão em grupos de risco, como as pessoas com mais de 60 anos ou aquelas que têm doenças crônicas, devem sempre estar informadas sobre a vacinação", diz o infectologista Paulo Olzon, da Unifesp.

Existem vacinas tanto para bactérias como para vírus. "No primeiro caso, a vacinação é feita para controlar surtos epidemiológicos e, para o caso dos vírus, a imunização normalmente dura a vida toda, sendo necessárias apenas algumas doses de reforço para garantir que a doença não vai mais voltar", diz Paulo Olzon. Confira sete tipos que merecem estar na sua carteira de vacinação.

Vacina dupla tipo adulto - para difteria e tétano

A difteria é causada por uma bactéria, que é contraída pelo contato com secreções de pessoas infectadas. Ela afeta o sistema respiratório, causa febres e dores de cabeça, em casos graves, pode evoluir para uma inflamação no coração.

A toxina da bactéria causadora do tétano compromete os músculos e leva a espasmos involuntários. A musculatura respiratória é uma das mais comprometidas pelo tétano. Se a doença não for tratada precocemente, pode haver uma parada respiratória devido ao comprometimento do diafragma, músculo responsável por boa parte da respiração, levando a morte. Ferir o pé com prego enferrujado que está no chão é uma das formas mais conhecidas do contágio do tétano.

A primeira parte da vacinação contra difteria e tétano é feita em três doses, com intervalo de dois meses. Geralmente, essas três doses são tomadas na infância. Então confira a sua carteira de vacinação para certificar-se se a vacinação está em ordem. Depois delas, o reforço deve ser feito a cada dez anos para que a imunização continue eficaz. É nesse momento que os adultos cometem um erro, deixando a vacina de lado.  
 

Vacina Tríplice-viral - para sarampo, caxumba e rubéola

Causado por um vírus, o sarampo é caracterizado por manchas vermelhas no corpo. A transmissão ocorre por via respiratória. De acordo com dados do Ministério da Saúde, a mortalidade entre crianças saudáveis é mínima, ficando abaixo de 0,2% dos casos. Nos adultos, essa doença é pouco observada, mas como a forma de contágio é simples, os adultos devem ser imunizados para proteger as crianças com quem convivem.

Conhecida por deixar o pescoço inchado, a caxumba também tem transmissão por via respiratória. Mesmo que seja mais comum em crianças, a caxumba apresenta casos mais graves em adultos, podendo causar meningite, encefalite, surdez, inflamação nos testículos ou dos ovários, e mais raramente no pâncreas.

Já a rubéola é caracterizada pelo aumento dos gânglios do pescoço e por manchas avermelhadas na pele, é mais perigosa para gestantes. O vírus pode levar à síndrome da rubéola congênita, que prejudica a formação do bebê nos três primeiros meses de gravidez. A síndrome causa surdez, má-formação cardíaca, catarata e atraso no desenvolvimento.

O adulto deve tomar a tríplice-viral se ainda não tiver recebido as duas doses recomendadas para a imunização completa quando era criança e se tiver nascido depois de 1960. O Ministério da Saúde considera que as pessoas que nasceram antes dessa data já tiveram essas doenças e estão imunizados, ou já foram vacinados anteriormente.

Mesmo que todos com essas características devam ser vacinados, as mulheres que pretendem ter filhos, que não foram imunizadas ou nunca tiveram rubéola devem tomar a vacina um mês antes de engravidar, já que a rubéola é bastante perigosa quando acomete gestantes, podendo causar deformidade no feto. 

Vacina contra a hepatite B

A Hepatite B é transmitida pelo sangue, e em geral não apresenta sintomas. Alguns pacientes se curam naturalmente sem mesmo perceber que tem a doença. Em outros, a doença pode se tornar crônica, levando a lesões do fígado que podem evoluir para a cirrose. "A imunização contra essa doença é importante, pois ela pode causar problemas sérios, como câncer no fígado", diz Paulo Olzon.

De acordo com o especialista, há algumas décadas, o tipo B da hepatite era o mais encontrado, já que ela pode ser transmitida através da relação sexual e as pessoas não tomavam cuidado com a prevenção de doenças sexualmente transmissíveis. Depois de uma campanha de vacinação e imunização, e da classificação da hepatite C pelos médicos, ela não pode ser vista como epidemia, mas ainda é preciso tomar cuidado com essa doença.

Até os 24 anos, todas as pessoas podem tomar a vacina contra hepatite B, gratuitamente, em qualquer posto de saúde. A aplicação da vacina também continua de graça, quando o adulto faz parte de um grupo de risco. "Pessoas que tenham contato com sangue, como profissionais de saúde, podólogos, manicures, tatuadores e bombeiros, ou que tenham relacionamentos íntimos com portador da doença são as mais expostas a essa doença", diz o especialista. Fora isso, qualquer adulto pode encontrar a vacina em clínicas particulares. 

Pneumo 23 - Pneumonia

O pneumococo, bactéria que pode causar a pneumonia, entre outras doenças, pode atacar pessoas de todas as idades, principalmente indivíduos com mais de 60 anos. "Pessoas com essa idade não podem deixar de tomar a vacina pneumo 23", diz Paulo Olzon.

A pneumonia é o nome dado a inflamação nos pulmões causada por agentes infecciosos (bactérias, vírus, fungos e reações alérgicas). Entre os principais sintomas dessa inflamação dos pulmões, estão febre alta, suor intenso, calafrios, falta de ar, dor no peito e tosse com catarro. Adultos com doenças crônicas em órgãos como pulmão e coração -alvos mais fáceis para o pneumococo, devem tomar essa vacina sempre que há uma campanha de vacinação.

Mesmo que ela seja uma das vacinas mais importantes para ser tomadas é a única vacina do calendário que não é oferecida em postos de saúde. É preciso ir a um Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais, em locais como o Hospital das Clínicas e a Unifesp.
 

Vacina contra a febre amarela

A febre amarela é transmitida pelo mesmo mosquito transmissor da dengue, o Aedes aegypti. A doença tem como principais sintomas febre, dor de cabeça, calafrios, náuseas, vômito, dores no corpo, icterícia (pele e olhos amarelados) e hemorragias. "Se a febre amarela não for tratada, pode levar a morte", explica o especialista.

Por ser uma doença grave, e com alto índice de mortalidade, todas as pessoas que moram em locais de risco devem tomar a vacina a cada dez anos, durante toda a vida. Quem for para uma dessas regiões precisa ser vacinado pelo menos dez dias antes da viagem. No Brasil, as áreas de risco são: zonas rurais no Norte e no Centro-Oeste do país e alguns municípios dos Estados do Maranhão, do Piauí, da Bahia, de Minas Gerais, de São Paulo, do Paraná, de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul.

Mesmo que os efeitos colaterais mais sérios sejam muito raros, a vacina contra febre amarela deve ficar restrita aqueles indivíduos que moram ou irão viajar para algum lugar de risco. "Nesse sentido, a preocupação dos médicos está relacionada ao risco de reação alérgica grave ou anafilática, que pode levar a morte os pacientes propensos", explica o infectologista Paulo Olzon. 

Vacina contra o influenza (gripe)

A vacina contra gripe deve estar na rotina de quem está com mais de 60 anos. "Muitas pessoas deixam de tomá-la com medo da reação que ela pode causar, mas isso é um mito, já que a suposta reação do corpo não tem nada a ver com a vacina, e sim com a própria gripe", diz o especialista. "Isso porque o vírus da gripe fica semanas em nosso corpo sem se manifestar e a proteção da vacina não é imediata como as pessoas imaginam."

A gripe é transmitida por via respiratória, leva a dores musculares e a febres altas. Seu ciclo costuma ser de uma semana. Pessoas com mais de 60 anos podem tomar a vacina nos postos de saúde, enquanto os mais jovens podem ser vacinados em clínicas particulares. "Os idosos que não querem esperar até a campanha anual de vacinação contra a gripe podem tomar a vacina em clínicas particulares em todas as épocas do ano", diz Paulo Olzon.  

HPV

A vacina existe tanto para homens quanto para mulheres e previne os quatros principais tipos do Papilomavírus Humano - o HPV. Segundo o Ministério da Saúde, 137 mil novos casos de HPV são registrados por ano no Brasil. O vírus, transmitido durante a relação sexual, é responsável por 90% dos casos de câncer de colo do útero, além de provocar tumores de vulva, pênis, boca, ânus e pele.

Apesar de existir a vacina bivalente, que protege dos tipos 16 e 18 de HPV e só é aplicada em mulheres, a quadrivalente é a mais indicada, pois protege desses dois tipos citados mais os tipos 6 e 11 e também serve para os homens. "A quadrivalente deve ser tomada em três doses, sendo a segunda dose após 30 dias da primeira e a terceira, seis meses depois da segunda", afirma o ginecologista Amadeu Carvalho Júnior, da Amhpla Cooperativa de Assistência Médica.

A Anvisa recomenda a vacinação em pessoas dos nove aos 26 anos - em especial para aquelas que ainda não iniciaram sua vida sexual, para garantir maior eficácia na proteção. Vale lembrar, no entanto, que a vacina não dispensa o uso de preservativos na relação. "O HPV possui mais de 100 tipos diferentes e a vacina protege apenas de alguns deles", explica o ginecologista Amadeu.  

[Vi no MINHA VIDA]
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