Assim, ELA surge e te fisga, extrai suas entranhas encefálicas, te confunde e te cola em SUA coleção de “selos”. Torna-te parte de um quebra-cabeça, te faz sentir-se um pouquinho importante e te algema a uma sujeição desfundada.
Só então você se percebe encarcerado e sem chance de fuga, preso numa web de algodão doce. Depois te abandona numa nau à deriva (num lago maior que o Pacífico) e com um furo no casco onde uma calmaria te faz perceber lá no horizonte a tempestade plantada por ELA.
Em um mundo paralelo, ELA constrói um muro de Titânio e se isenta de SUA responsabilidade, culpa suas próprias presas de SUA anti-desgraça. ELA tem o dom de torcer SEU próprio exoesqueleto e proferir culpas a todos os próximos, esquecendo-se de que para não gritar de dor só precisa não vergar SEUS ossos, só isto.
Mas aí, uma ovelha se desgarra (se desgarra por que não é ovelha, só ELA a vê como ovelha), pois esta “ovelha” sabe dos planos DELA e que também têm os seus: passar por um portal inter-dimensional, escapar do cárcere inútil e abandoná-LA, deixando-A queimando em SUAS próprias lágrimas de adoçante artificial.
A arma da “ovelha”? Simples! A mais simples e mortal das armas: O Silêncio. Josh Billings disse uma vez que o silêncio é um dos argumentos mais difíceis de se rebater, e qualquer coisa ao contrário lembra me uma frase de Charles Chaplin, pois para ele o som aniquila a grande beleza do silêncio. E desta forma a “ovelha” fez o que Ana de Áustria lhe recomendou: Quando a voz de um inimigo acusa, o silêncio de um amigo condena.
E esperou. E no momento oportuno provou que um dado provérbio indiano tinha razão: quando falares, cuida para que tuas palavras sejam melhores que o silêncio. As palavras DELA não foram melhores que o silêncio da “ovelha” e a vingança foi feita e um mundo foi salvo.
Rapaz essa foi o máximo.